Blasés

quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Uma bela música à meia noite… e os sentimentos transbordam… é incrível a relação que as pessoas tem com a música.
Mantendo a singularidade autobiográfica dos meus posts, vou fazer uma análise “rasteira” das relações e impressões que nós humanos temos com a musica e a musicalidade.
Primeiro vamos à semântica dessas duas palavras:

- MÚSICA - do Lat. musica Gr. mousiké, das Musas, das belas-artes, especialmente dos sons
s. f., arte e ciência de combinar harmoniosamente os sons;qualquer composição musical;execução de uma peça musical;olfa;orquestra;filarmónica;qualquer conjunto de sons agradáveis;
fig., suavidade;doçura;fam., choro;lamúria;
pop., arte de seduzir alguém pela conversa;conversa enfadonha;treta;lábia.


-MUSICALIDADE - s. f., qualidade do que é musical;aptidão musical;diz-se do ritmo e da harmoniosa cadência da linguagem.

Pois bem, essa combinação harmoniosa de sons é capaz de despertar os mais variados sentimentos (todos sabem), a depender do momento em que se vive. Mas ao contrário do que disse no post anterior( “que é dificil simular a felicidade e é fácil escrever sobre tristeza), com a musica não dá para enganar os seus sentimentos. Seja qual for o seu estado de espírito, quando essa “suavidade” imerge no seu aparelho auditivo, seus sentimentos se atenuam.(é claro que eu não estou falando daquele arrocha que você ouve no boteco (não o das minha filosofias!) de sua rua). Particularmente, a musica influencia direta e absurdamente no meu humor e vice-versa. Ouvindo “Lover you should have become over” de Jeff Buckley é quase impossível, pra mim, não sentir a emoção da canção, não perder o ar quando o sujeito berra algo como “Às vezes um homem deve esperar pra descobrir que, realmente, não tem ninguém”. Essa “combinação artístico, cientifíca e harmoniosa” me faz lembrar do amor e do quanto esse maldito/bendito sentimento é importante pra nós humanos.
Já na parte da musicalidade, os sentimentos transbordam pelos dedos e se transformam em combinações harmoniosas de sons…. A percepção (aquela da escola Gestalt da psicologia, na qual há uma preocupação com a influencia do meio sobre o homem), da musica é incrivelmente mais intensa do que para as pessoas que não conhecem a teoria musical em si, pois é posssível enxergar, mais ou menos, o que o artista tenta transmitir no seu “texto melódico”. Quando Jimi Hendrix dispara frases sonoras com sua guitarra em “Have you ever been (To eletric ladyland)” , é quase palpável a intenção do “mestre” de transportar o ouvinte pra outras dimensões.
É um exercício interessante pra mim estabelecer limites entre o ouvinte leigo e o ouvinte que é musico. Porque, às vezes eu assimilo a mensagem do artista de forma errada e a musica perde o “feeling”. Isso acontece muitas vezes quando eu invento de tocar determinada musica que de certa forma mexeu com minhas sensações, mas a intenção dessa “filosofada” de botequim era (essas não são verdades absolutas, apenas as minhas)… era oque mesmo? Me perdi entre os milhares de acordes e sensações nascidas/renascidas das canções que eu estou ouvindo.
sábado, 15 de novembro de 2008

Justo quando o tom é de calmaria, quando já não há a sensação de vazio no peito, quando é o momento de desfrutar os lampejos da felicidade(dado que ela nunca é constante nem eterna) e a cor do som é serena… Surge o branco…




… O marasmo criativo, o ócio produtivo, a escassez de idéias atraentes… os insights perdem-se no vazio do esquecimento, os pensamentos deixam de ser frescos… É uma sensação absurdamente estranha pra quem tem como rotina a produção de textos, poemas e música… sensação essa que me faz indagar: “putz… porque é tão dificil falar da felicidade? Porque quando estamos(estou) triste as idéias, o papel e a caneta(ou PC) parecem ser uma coisa só?”
É incrível como alguns compositores (grupo ao qual me incluo) apresentam sua melhor forma quando vivem momentos melancólicos. Billy Corgan(vocalista do Smashing Pumpkins) disse certa feita que é impossível forjar a felicidade por meio de canções. Concordo. Mas também acrescento que é QUASE impossível (ao menos pra mim) passar pro papel os bons momentos da vida sem soar piégas, ou até mesmo, brega. Vide bandas de pagode… sempre rola um “Que pena que acabou….” “Até parece que o amor morreu…” (Sim, eu conheço essas pérolas graças à meus queridos vizinhos). Outra coisa que acrescento à frase do careca dos pumpkins é que é muito fácil pra algumas pessoas(nossos “ídolos” da musica brasileira e mundial também) fingir tristeza.
A tristeza tem uma relação diferenciada com a criatividade. Toca mais as pessoas, o que só confirma uma máxima do mundo moderno: “Ninguém gosta de ver o outro feliz”(claro que com suas exceções). Talvez porque esse seja uma das primeiras sensações que temos contato ao nascer. Ficamos tristes porque saímos de um lugar seguro e aquecido dentro de nossas mães. É um sentimento que todos nós temos e é o maior antagonista de nossas vidas, pois sempre fazemos coisas “em busca da felicidade”.
Vou tentar projetar os cenários de tristeza e alegria(sempre correlacionados ao processo criativo) que alguns espécimes da raça humana vivem:

ALEGRIA

Bem-estar físico, mental e espiritual;
Vontade de fazer coisas diferentes da rotina;
Hora de adiquirir conhecimento;
Por estar de bem com a vida, acha que escrever sobre isso é tornar-se repetitivo e, principalmente brega.

TRISTEZA

Mal-estar mental e espiritual, às vezes fisico também;
Vontade de fazer coisas diferentes da rotina, porém, com o intuito de esquecer o que se passa de ruim;
Hora de produzir conhecimento
Por estar triste, acha que escrever ajuda a exorcisar os traumas.

É óbvio que as questões levantadas aqui no texto não são verdades absolutas(vale lembrar que são apenas filosofias de boteco…), até porque não existe verdade absoluta pra nada. E, também no texto, há um gritante apelo autobiográfico. Vale ressaltar que estou no momento de branco produtivo e este texto está há galaxias dos meus momentos de luz artística.

...Talvez amanhã
ou quando você quiser
eu vou entendera beleza do momento
eu e você...
quanto tempo sema intensidade que transcende
os limites de um simples sorriso?
18 oportunidades
18 segundos
18 novidades
18 minutos para reparar os erros
18 formas de ofuscar a dor
18 perdões...
...Talvez amanhã
ou no dia que nos for permitido
eu vou poder sentiro verdadeiro sabor dos instintos
sem querer...
o espelho do tempo
reflete vaidades referentes
às rachaduras do passado.
18 revanches
18 arrependimentos
18 chances de trazer de volta o amor
18 repetições...
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