Blasés

quarta-feira, 16 de maio de 2012
Ao se esconder
É mais fácil se perder.
Se despir é o jeito de ganhar
E é sempre por mais que a nudez
Revela os institos primitivos

Vem redescobrir...
Pele, ossos, bocas, beijos
Curvas sinousas e dedos
Improvise o jeito de jogar...
O amor é maior que o próprio amor
Reverte os placares negativos

Sem se sentir...

O Perdão sempre traz
Resquícios do ódio
Se for devagar
Talvez traga sorte...
domingo, 1 de abril de 2012

Logo, a solidão cede o lugar
À um sentimento vulgar
Ela fecha os olhos,
Morde os lábios,
A hora vai chegar...

E é tão voraz quanto
versos rabiscados, mais cedo, no espelho
Com aquele batom comprado na
Liquidação com o dinheiro que roubou dos pais

Ela sente medo,
Mas não vai voltar atrás
"Vai ser diferente, Vai ser diferente"

São uns beijos, uns tapas,
Apertos...
Isso é vida real

Já não vê
Mais os traços
Da velha inocência

São uns gemidos, sussurros,
algemas...
É tão visceral

É prazer, é desejo
É desejo, é prazer...
terça-feira, 20 de março de 2012

O sangue fresco
Denota a derrota
Que vira vitória.
Respira o ar novo
Do corte na carne
Por puro disfarce
As pontes que caem
Constroem novas pontes.

É tão vicioso
O ciclo imperfeito
Que o cheiro do sangue
Propaga por horas
E portas se fecham,
Janelas se abrem
O fim dos disfarces
É o fim dos combates.

Quando o desespero é outro
O medo é errar de novo
A alegria vem ao sorrir
Enquanto o sangue fresco seca.
Alegria é isso aí,
A alegria é sorrir

Quando o desespero é novo
O medo é machucar o outro
A teimosia vem ao fingir
Que o sangue fresco secou
Teimosia é isso aí...
E alegria é sorrir.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Fácil e sem ilusão
Dócil até ser feroz
São dedos que passeiam por seu corpo

Veloz, intenso
Agora, forte e lento, vem...
Cadência é do jogo

Ah...

Parece que o medo se inverteu
E a indecência dominou
Já pode se dizer
Que nosso lugar foi, e sempre será,
Dentro um do outro
Mesmo depois do...

Agora que o medo se perdeu
Os incêndios vêm pra nos queimar
E arder...
São línguas em ponto de fusão

Agora que o desejo se revelou
A ousadia fala por nós
Já posso entender
Que nosso lugar foi, e sempre será,
Dentro um do outro
Mesmo depois do...

Agora que o desejo nos achou
Os incêndios vêm nos reinventar
e arder...
domingo, 26 de fevereiro de 2012
O ódio, em si,
É irreal
O que é imortal
É puro frenesi

Dentro de ti
Ainda há cor?
E dentro de nós?
Puro torpor?

I-N-S-A-N-I-D-A-D-E
Se você quiser,
Te dou um trago

Mais uns afagos
Puro deslize
Há quem se arrisque,
Há quem duvide?

Há.
Respire o ar

Cores, em si,
Vêm em bordões,
Dentro de ti
Estão as razões...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Mesmo com toda falta
De energia
Não se pode evitar
A elegia
Não se pode evitar
Que linhas sejam cruzadas

A arte de ser sem ser
É bela demais
Pelo conjunto da obra
Pelo medo da desforra

Dedos apontados
Em sinal de sinergia
Podem, mesmo, desenhar
Golpes de alegria?
Podem mesmo evitar
Que luzes sejam apagadas?

Estandartes vermelhos
Escondem leques de medos
Nunca se sabe a hora
De dar um fim a uma obra

Só mudam os nomes
E os rostos.
Talvez gostos
Respondam
O ato de olhar para trás e não
Se reconhecer
Estranho é não se sonhar
E mesmo assim viver

Mesmo com o dom da sabedoria
Não se pode evitar a elegia
Não se pode evitar
Que marcas sejam riscadas

A arte ter por ter é fútil demais...
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Mesmo atento
à toda e qualquer variação
O ódio destila o gosto do veneno

Certo de que as partes voltarão
Para todos os todos
Não se pode negar os entre-momentos

E de lá, devagar,
Nunca dá pra rimar
Tudo ilusão

Vem pra cá a-ce-le-rar
A pulsação

Lá e cá, daqui pra ali
É sempre assim
Se morrer, melhor assim
Não pode se iludir

Há um certo risco
Em qualquer rabisco de...
Amor, o que vem depois?

Mesmo que os dedos
Exalem radiação
A sorte respira o ar rarefeito
Claustrofóbicos entre-momentos
Não podem apagar os sutis efeitos

Há um certo risco
Em qualquer rabisco de...
Râncor, é o que vem depois?

Lá e cá, daqui pra ali
Vem respirar, vem resistir
Será que vamos sobreviver?

Vamos sobreviver?

Rarefeito é um vão espelho
Que reflete as vaidades
E não hesita em sufocar, quem sabe, afogar
Odes, paródias, dedicatórias vão sucumbir
Para que o amor possa sobreviver?
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Um, dois, três, quatro, cinco,
Seis, sete, oito, nove, dez...
E um bom revés

Sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um...
E um medo incomum

Quinze mais três, nove vezes dois,
Serão dezoito...
E o desconforto é

Certo quanto dois e dois são seis
Dois são seis
Vezes três...

D - E - S - E - N - V - O - L - V - E - R
Não volte, nem espere

2D, 3D, 4P's, códigos, DR's
Confuso e sexy...

Nem o "ABC" foi capaz de
Descrever
Que um belo afeto é

Certo quanto dois, dois e dois são seis
Dois são seis
Vezes três
Mais uma vez.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Olha em volta
E não vê lucidez
Perde a hora,
Perde o momento

Vai embora?
Não me deixe agora.
Ainda é cedo
E há tanto medo

Me veja completo e vitorioso
Dê seu melhor riso
Me dê seus conselhos

Respire agora,
E não vá embora
Ainda é cedo,
Ainda é cedo, vovô.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Enquanto os cortejos mais tristes celebram,
E as dores de amores resistem e sangram
"Au revoir", "long goodbyes", "te echo de menos"
Esboçam convites pernósticos

Enquanto perigos mapeiam socorros
Sabores ariscos aumentam os reforços
"Au revoir", "long goodbyes", "te echo de menos"
Revelam palpites holísticos

Todo e parte se revelam
Mixórdia
Tudo, nada e os meios termos
Oxidados

Enquanto terreiros batucam a sorte
Passado e presente se tornam mais fortes
"Au revoir, te echo de menos"
É a frase de um filme da vida real...

Todo e parte se revelam
Mixórdia
Tudo, nada e os meios termos
Oxidados
Au revoir, te echo de menos,
Não se esqueça
Nunca esqueça
Au revoir!
domingo, 5 de fevereiro de 2012
É tão rápido quanto um cometa
Tão direto quanto uma vinheta
Tão urgente quanto uma má notícia
Tão voraz quanto mil ninfetas

A dinâmica que muda
Ao mesmo tempo em que a musa
Se mostra de lá
E desperta sentimentos descarados

E o abstrato é um medo real
Mesmo sendo, assim, tão fácil enxergar
Abstrato é um credo letal
Abstrato é um medo real

É tão sério quanto uma lambança
Tão etéreo quanto uma doce lembrança
Tão intenso quanto o suspiro final
Tão algoz quanto a inconstância

A dinâmica que muda
Ao mesmo tempo em que a disputa
Se afasta de lá
E provoca movimentos arriscados

E o abstrato é um medo real
Mesmo sendo, assim, tão fácil enxergar
Abstrato é um credo letal
Abstrato é um medo real
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Bonito, bonito...
É o sonho que se confunde à lucidez
Beijos são icônicos, quase que platônicos
Muita sedução e o rastro invisível
De fogo, de fogo

Ser fair play é imaginar
E isso é foda...
1, 2, 3...
Pausa pra respirar
Uma sutil moda

Ah!
Deixe o seu corpo vir dançar
Queima, fogo!
E o desamor será
O melhor ópio

Quando os institos perdem pro juízo,
Eles voltam mais fortes?
Eles vencem as mortes?
Ou aumentam os medos?

Quando os destinos pagam os prejuízos
Eles mudam a sorte.
Facilitam os cortes
E nos convidam ao gozo.

Ah!
Deixe o seu corpo vir dançar
Queima, fogo!
E o desamor será
O melhor ópio
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