Blasés

sábado, 15 de novembro de 2008

Justo quando o tom é de calmaria, quando já não há a sensação de vazio no peito, quando é o momento de desfrutar os lampejos da felicidade(dado que ela nunca é constante nem eterna) e a cor do som é serena… Surge o branco…




… O marasmo criativo, o ócio produtivo, a escassez de idéias atraentes… os insights perdem-se no vazio do esquecimento, os pensamentos deixam de ser frescos… É uma sensação absurdamente estranha pra quem tem como rotina a produção de textos, poemas e música… sensação essa que me faz indagar: “putz… porque é tão dificil falar da felicidade? Porque quando estamos(estou) triste as idéias, o papel e a caneta(ou PC) parecem ser uma coisa só?”
É incrível como alguns compositores (grupo ao qual me incluo) apresentam sua melhor forma quando vivem momentos melancólicos. Billy Corgan(vocalista do Smashing Pumpkins) disse certa feita que é impossível forjar a felicidade por meio de canções. Concordo. Mas também acrescento que é QUASE impossível (ao menos pra mim) passar pro papel os bons momentos da vida sem soar piégas, ou até mesmo, brega. Vide bandas de pagode… sempre rola um “Que pena que acabou….” “Até parece que o amor morreu…” (Sim, eu conheço essas pérolas graças à meus queridos vizinhos). Outra coisa que acrescento à frase do careca dos pumpkins é que é muito fácil pra algumas pessoas(nossos “ídolos” da musica brasileira e mundial também) fingir tristeza.
A tristeza tem uma relação diferenciada com a criatividade. Toca mais as pessoas, o que só confirma uma máxima do mundo moderno: “Ninguém gosta de ver o outro feliz”(claro que com suas exceções). Talvez porque esse seja uma das primeiras sensações que temos contato ao nascer. Ficamos tristes porque saímos de um lugar seguro e aquecido dentro de nossas mães. É um sentimento que todos nós temos e é o maior antagonista de nossas vidas, pois sempre fazemos coisas “em busca da felicidade”.
Vou tentar projetar os cenários de tristeza e alegria(sempre correlacionados ao processo criativo) que alguns espécimes da raça humana vivem:

ALEGRIA

Bem-estar físico, mental e espiritual;
Vontade de fazer coisas diferentes da rotina;
Hora de adiquirir conhecimento;
Por estar de bem com a vida, acha que escrever sobre isso é tornar-se repetitivo e, principalmente brega.

TRISTEZA

Mal-estar mental e espiritual, às vezes fisico também;
Vontade de fazer coisas diferentes da rotina, porém, com o intuito de esquecer o que se passa de ruim;
Hora de produzir conhecimento
Por estar triste, acha que escrever ajuda a exorcisar os traumas.

É óbvio que as questões levantadas aqui no texto não são verdades absolutas(vale lembrar que são apenas filosofias de boteco…), até porque não existe verdade absoluta pra nada. E, também no texto, há um gritante apelo autobiográfico. Vale ressaltar que estou no momento de branco produtivo e este texto está há galaxias dos meus momentos de luz artística.

0 comentários:

Creative Commons License
André Dias Textos by Pensamentos Avulsos is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.